REALIZADA A PRIMEIRA DESPESCA DE TILÁPIA DO PROGRAMA DE INCENTIVO A PISCICULTURA


A tilápia se adaptou muito bem às águas do RS, tornando-se uma importante fonte alternativa de renda. O peixe de água doce é originário do rio Nilo, mas teve seu cultivo iniciado no Quênia, na década de 1920. A partir dos anos 50, ganhou força na criação comercial, ficando atrás só da carpa como espécie de peixe mais explorada em todo o mundo.

Na região Sul, a criação do peixe em lagoas, açudes e represas tem se destacado na piscicultura. Fáceis de alimentar, resistentes a doenças e com boa conversão alimentar, as tilápias se tornaram um excelente negócio.

Existe um ambiente propício para o desenvolvimento da piscicultura no Estado, sobretudo pela estrutura fundiária. Em cada uma das milhares de pequenas propriedades do Estado, há a necessidade da existência de um açude ou tanque, seja para dar de beber aos animais ou para irrigação, onde também podem ser criados peixes. O estudo mostra que no Rio Grande do Sul existem 48,7 mil piscicultores familiares, com espelho d´água menor do que dois hectares, e outros 1,7 mil de maior porte.       

Nesse sentido, em junho de 2019 foi instituído o Programa de Incentivo a Piscicultura no Município de Ubiretama, o qual já se encontra com 20 produtores participantes. O mesmo visa a contribuir para a ampliação e a construção de açudes, bem como o fomento para a comercialização dos peixes. O programa visa o incentivo aos piscicultores estabelecidos no município, gerando fonte alternativa de renda e diversificação da produção primária, através do aproveitamento de áreas improdutivas ou de baixa produção.

A participação no programa é facultada a todos os produtores do município e contempla unicamente peixes da espécie Tilápia. Para tanto, os produtores que pretendem ingressar no programa, devem atender aos seguintes requisitos:

I – O produtor deve possuir residência fixa em Ubiretama;

II – Possuir boa quantidade de água para a produção de peixes, com área útil de 0,2 há de lâmina de água e profundidade mínima de 2 metros na taipa;

III – Possuir bloco de produtor;

IV – Não possuir débitos com o município;

V – Possuir energia elétrica junto a estrutura de produção;

VI – Capacidade para aquisição de aeradores para oxigenação da água.

Em contrapartida, o município fará toda a parte do projeto executivo dos açudes, tais como:

I - Elaboração do levantamento planialtimétrico;

II – Contratação de empresa especializada para construção ou ampliação dos açudes, contemplando cada produtor com 12 horas máquina de escavadeira hidráulica;

III – Realização dos acessos as estruturas de produção, ficando os produtores responsáveis apenas pela aquisição do cascalho;

IV – Firmar contrato de parceria com a empresa privada que irá fazer a compra dos peixes junto aos produtores.

A comercialização dos peixes é garantida via contrato de parceria com empresa frigorífica, estabelecendo preço mínimo do Kg por validade de um ano. O suporte técnico também é garantido em contrato durante todo o ciclo dos peixes.

Para o ano de 2020 um novo grupo de piscicultura foi formado, contemplando mais 10 produtores, totalizando 20 produtores e 4 ampliações de estruturas de 2019. Visitas locais foram feitas em loco nas propriedades dando formalidade ao projeto.

A primeira despesca já foi realizada, superando as expectativas do piscicultor em questão. O resultado foi tão positivo que o piscicultor já encaminhou ampliação das estruturas de produção.

Geliel Matteus Wiede, piscicultor, relata um pouco sobre o programa: “Fiquei muito satisfeito, pois a piscicultura é um negócio o qual não ocupa muito tempo, não precisa de muito espaço e é ideal para uma renda extra; com o auxílio da Empresa Nutrimaio, parceira do programa, a qual oferece toda a assistência técnica, bem como a venda da ração especial e os equipamentos necessários para o término do lote, tive no entanto uma performance muito boa; além de ser um negócio de fácil manejo, também é excelente em termos de lucratividade, no meu caso chegando a um valor líquido que corresponde 32% do custo de toda a produção; no entanto, vale ressaltar que, como em todo o empreendimento, é necessário dedicação, atenção e uma boa gestão para que se possa ter um bom retorno; para aqueles que se interessam e pretendem também se integrar ao projeto, aconselho-os a começar pequeno e obter um crescimento gradativo, pois todo negócio deve se sonhar grande e começar pequeno.”

Na visão da Secretaria de Agricultura, o programa é de suma importância, visto que é mais uma alternativa de renda para os produtores do município. Todas as atividades podem ser realizadas com mão de obra familiar, otimizando áreas improdutivas ou de baixa produção. A Secretaria de Agricultura e Emater, em parceria com empresas privadas, desenvolvem os trabalhos para adequação das estruturas dos açudes, elaborando os projetos técnicos referentes a construção, ampliação, assistência técnica, pedidos de outorgas d’água, declarações e licenças.

 

COLABORAÇÃO:
MARCOS WEBER HOCHEGGER ,Engheiro Agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura e Expansão Econômica;
GELIEL MATTEUS WIEDE, piscicultor.